CORPOLINGUAGEM: A INSERÇÃO DA LINGUAGEM NO SUJEITO AUTISTA ATRAVÉS DA METAPSICOLOGIA

Abstract

O autismo faz parte de um grupo de transtornos do neurodesenvolvimento denominado Transtornos do Espectro Autista (TEA). Esse grupo de transtornos compartilha sintomas centrais no comprometimento de áreas relacionadas ao desenvolvimento social e comunicativo, além de comportamentos repetitivos e estereotipados. Metapsicologia é um ramo de pesquisa especulativa que visa esclarecer o funcionamento dos processos psíquicos humanos, considerando a abordagem empírica da psicanálise e seus efeitos clínicos sob os pacientes. Nota-se a necessidade de uma inclinação terapêutica mais detalhada no âmbito da Psicologia para práticas mais diversificadas frente ao tratamento do TEA, visto que as intervenções científicas se desdobram como justificativa para processos excludentes frente as estruturas que vão além das denominadas ‘típicas’ do sujeito humano. Apesar da necessidade de neutralidade, o discurso científico inclina-se para a redução do comportamento autista como comprovado e justificado, dentro do paradigma patologizante, não sendo observado o cenário em que o ser em estudo enxerga-se, idealiza-se, e tem as suas próprias representações. Em decorrência disso, o presente estudo tem como objetivo articular a interface psicanalítica com o TEA, compreendendo-o como uma estrutura de personalidade. Trata-se de uma revisão de literatura do tipo qualitativa, disponível em bases de dados eletrônicas e referências bibliográficas onde foram selecionadas publicações entre 2003 a 2018. Foram selecionadas 10 publicações e os resultados demonstraram que a psicanálise pode ser uma via de cuidado do autismo, por via da análise do discurso do paciente e suas manifestações linguísticas.